domingo, maio 16, 2010

É que a internet me deixou burro muito burro de mais!


O celebre sociólogo alemão Maximillian Carl Emil Weber ou simplesmente Max Weber, uma vez se referiu ao homem moderno como: “Um especialista sem inteligência e um hedonista sem coração”
Parece-me que Weber, sem querer, premuniu o mundo virtual quase dois séculos antes deste.
Para Weber a divisão social do trabalho, que se deu após a revolução industrial, necessitava de trabalhadores cada vez mais especializados em suas atividades técnicas. Se somarmos a teoria de Weber a de Karl Marx, podemos notar que para a manutenção de um domínio por parte da burguesia, era necessário que a classe trabalhadora fosse e, continuasse sendo alienada, ou seja, dominasse somente aquilo que era importante para a produção de riquezas, se bitolando em um conhecimento específico e exaurindo do proletário qualquer capacidade de questionamento. Por isto que se transformaram em especialistas sem inteligência.
Por outro lado a maneira que o trabalhador tinha de auto-sustentar era uma só: vender sua força de trabalho e seu tempo de vida em troca de migalhas dadas pela burguesia. Este fato faria com que as pessoas do mundo moderno, tivessem cada vez menos tempo para lazer e diversão, assim, muitas vezes, quando o trabalhador assalariado tinha um tempo livre, este usava de maneira que não lhe trouxesse prazer real. A filosofia de Epicuro, em 341 a.C. , era atingir a felicidade, estado caracterizado pela aponia, a ausência de dor (física) e ataraxia ou imperturbabilidade da alma. Ele buscou na natureza as balizas para o seu pensamento: o homem, a exemplo dos animais, busca afastar-se da dor e aproximar-se do prazer, seria a tendência hedonista da escola epicurista. Porem, dado aos fatos que citei anteriormente, o homem moderno por não ter mais tempo para o lazer, foi perdendo a prática de se divertir e, começou a buscar diversão em certas áreas absolutamente impróprias, daí o termo hedonista sem coração, ou seja, a preocupação principal do homem moderno seria buscar o prazer, mas, não saberia “curtir”.
Ora! Se analisarmos as preferências dos internautas, podemos achar fortes índicos que Weber estava certo, não só quanto à sociedade moderna do final do século XIX, mas quanto à sociedade pós-moderna do século XXI. Vejamos o que o internauta procura na internet: Sexo_ sinal de não tem pela via normal ou, se o tem, este é de qualidade duvidosa; amizades_ o afastamento das pessoas por conta do seu trabalho, de suas atividades, de certa forma impedem relações duradouras que possam realmente resultar em vínculos de amizade; Entretenimento_ as pessoas vivem fazendo coisas maçantes e repetitivas a nível profissional e quase não se têm tempo para passear com a família, ir a um cinema, um teatro ou ler um bom livro.
Esta pode ser uma boa explicação, de porque matérias fúteis, de fácil digestão, de qualidade duvidosa, são as mais procuradas.
Somos produtos de uma sociedade, que além de sociedade do trabalho, pode ser definida como: sociedade de consumo, sociedade do espetáculo ou sociedade da superficialidade, erotismo e futilidade.
Na época de Weber, o sistema capitalista liberal dominava o mundo, e hoje o que domina o mundo senão o capitalismo neoliberal?
Então meus amigos, não é nossa culpa as escolhas duvidosas que fazemos, estamos sendo programados a séculos para fazer tais escolhas, para consumirmos, de preferência coisas efêmeras e fugazes, para que se acabem, e consumamos novamente o mais rápido possível.
Essa é a magia de transformar lixo em ouro, pra não usar um termo mais forte, essa é mágica que faz com que uma postagem no dHIT, de qualidade duvidosa, se transforme em campeã de votos.
É por isso que eu volto a dizer que precisamos fazer da internet algo diferente do que fizeram com a televisão, que muito apropriadamente a banda Titãs explicou nos versos: “É que a televisão me deixou burro muito burro demais e, agora vivo preso nessa jaula junto dos animais”
A internet tem que ser algo melhor do que uma maquina de fazer alienados!

3 comentários:

  1. Meu amigo Alexandre, eu não citaria o diHITT, pois se você procurrar no Analitcs e no Alexa, verá que o diHITT é apenas um pequeno reflexo desta realidade, mas mesmo assim ele está melhor que o que vemos fora dele.
    Além da internet e da televisão, citadas por você em seu texto, também temos a vida real, onde por falta de opção, as vezes até por não saberem procurar, as pessoas se aglomeram nos Shopings aos finais de semana.
    Quem tem apenas o shoping como alternativa de lazer, não pode ser mais que uma pessoa alienada, pois o programa não será mais desistalado.
    Como eu já citei no comentário que fiz em outro texto seu, nas bancas de jornal vemos exatamente o mesmo efeito.
    Se você forçar a pessoa a pensar, se instruir, adquirir cultura, ela com certeza se tornará uma pessoa sorumbática, pois é muito mais fácil deixar que a televisão pense por mim, deixar que o pastor, pai de santo ou padre pense por mim e a partir daí, fico com as fofocas e não me preocupo nem com a mais simples projeção de um futuro melhor.
    Raul Seixas já dizia: "Pena eu não ser burro, pois sofreria menos."
    E como já dizia Cesar, o povo tem que ser tratado a pão e circo.
    Um grande abraço
    Giba

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  2. Alexandre, este é um bom post, que nos instiga a refletir.
    Também, como Você, eu estranho tamaha futilidade na votação do diHITT e na falta de comentários para assuntos mais densos, como exatamente este, que transitamos justo agora.
    Não creio que a internet alienie, mas sim que se torne espelho de quem a utiliza. O poder é do usuário, não da ferramenta.
    De qualquer forma, não podemos fugir do que somos, como sociedade, apenas podemos martelar, dia a dia, na tentativa de conscientizar a galera de que há um mundo bem real, que pode ser mudado, por cidadãos que saibam o que querem.
    Abraço, Edu

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  3. Eu concordo com o que foi dito aqui, e acrescento que os internautas não sabem que nossos blogs não existem, portanto os indexadores são a nossa única esperança.

    Eu já experimentei de tudo fora do Dihitt e posso garantir que lá fora é muito pior, a não ser que você tenha a sorte de encontrar alguém famoso.

    Eu faço questão de lembrar sempre aqueles que estão insatisfeito com o Dihitt, aproveitem a sua indexação, aproveitando mais a qualidade e menos a quantidade, dentro do próprio Dihitt podemos fazer a diferença e separar o joo do trigo.

    Cada vez que um grupo de qualidade está se formando, mudam se as regras do jogo, aí fica difícil, não é mesmo?

    ABS

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