quarta-feira, maio 12, 2010

A maior revolução da humanidade foi feita asssim, meio sem querer!


No final do século XIX, a partir de Marx, um dos mais importantes temas em pauta entre os intelectuais, era a divisão social do trabalho. Para os socialistas a divisão do trabalho e a especialização, inevitavelmente levariam a uma anomia social, por conta individualismo que seria preponderante em relação ao coletivismo. Marx discute a divisão social do trabalho e propõe um modelo utópico onde não precisaríamos mais trabalhar em decorrência da automação mecânica. Um mundo onde as máquinas fariam todo o trabalho sozinhas e o homem poderia ser o que quisesse; por exemplo: poderia se ser pintor de dia e a noite ser cantor ou dançarino. Nesta sociedade não se daria mais a identidade individual pela profissão que se exercia. O homem se identificaria por outras questões diferentes da profissão que exercesse.

O próprio Marx reconheceu que a automação mecânica total não se daria em prazo curto e, propôs uma alternativa intermediária entre a divisão social do trabalho e a total automação, a politécnia, cujo nome ainda ressoa em nossos ouvidos, as escolas politécnicas, teve sua origem axiológica no discurso marxista.

Depois de Marx, outros pensadores estudaram o tema, com diferentes vertentes. Émile Durkheim, se opôs a teoria dos socialistas, afirmando que a crescente especialização não provocaria uma anomia. Durkheim elabora a teoria da solidariedade orgânica, baseada na reciprocidade e na necessidade que cada especialista teria do trabalho de outro especialista, assim, o padeiro sem leiteiro, o leiteiro sem o pecuarista, e assim por diante; fazendo assim uma apologia a sociedade do trabalho.

Seu contemporâneo, Maximillian Carl Emil Weber, examina a questão sob outro ponto de vista. Faz uma crítica a sociedade do trabalho ao elaborar os tipos perfeitos: o capitalista perfeito, o trabalhador perfeito, o político perfeito. Para em comparação com a realidade social da época, traçar o quão perto ou longe, tal sociedade estaria da perfeição, fazendo assim uma crítica caricatural da sociedade.

Esses pensadores marcaram o inicio do que hoje chamamos de sociedade do trabalho, onde as identidades individuais são forjadas a partir do que se faz profissionalmente.

Ora! o que tais pensadores nunca sonharam e nunca poderiam sonhar, é que no final do século XX, outra forma de se forjar identidade ia aparecer. A rede mundial de computadores acabou trazendo um mundo pra dentro de casa, superando as expectativas dos socialistas e, de certa forma, cumprindo a promessa neoliberal de se poder ser alguém.

Hoje podemos forjar nossa identidade através da blogosfera, das redes sociais, de vídeos no you tube, entre outras tantas ferramentas, que além de forjar identidades, nos possibilita reconhecimento quase imediato.

Cai por terra a teoria dos quinze minutos de fama, agora por conta de algo, que esta mais para prazer do que para trabalho, podemos ter muito mais que quinze minutos de fama. Podemos ser reconhecidos e, ainda remunerados.

A verdadeira revolução histórica da humanidade, não foi o marxismo, não foram as teorias Freudianas, tão pouco as ideologias religiosas.

Os dois grandes revolucionários foram: William Henry Gates III, O Bill Gates, e Steven Paul Jobs, o Steve Jobs da Apple; Que fizeram a maior revolução histórica da humanidade, sem querer, sem intencionar tal mudança social.

A grande piada do século XXI, é que a verdadeira revolução não foi feita por filósofos, nem por políticos, nem por pastores; e sim por dois Yuppies, que nunca sonharam em fazê-la.

Um comentário:

  1. Realmente muito interessante este texto. O que os pensadores iriam pensar a respeito deste fato ?? Certamente a divisão do trabalho ocorreu, e de muitas formas, talvez o que eles não pensaram foi que tal divisão levasse alguns a perseguir seus sonhos de forma tão intensa e perseverante... caso de Jobs e Gates, e que isso levaria a uma grande revolução !!

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