sexta-feira, maio 28, 2010

Quem são os verdadeiros terroristas? Quem são os verdadeiros bárbaros?


Olhando as noticias e os comentários a respeito da crise no Irã e na Coréia, um calafrio me correu a espinha.
Acabamos de certa forma ainda julgando as pessoas por suas crenças, raças, costumes e cultura. Assim como os Romanos, chamamos de bárbaros todos os que são diferentes de nós, usou num turbante, logo chamamos de terrorista. No Brasil se um negro mal vestido atravessa a rua, logo se vêem os vidros dos carros fechando, nossas cadeias estão repletas de negros e pobres, ainda olhamos os africanos como um bando de ignorantes, todos os que não provem da mesma cultura judaica cristã ocidental, são, ainda nos dias de hoje, considerados inferiores.
Essa maneira de viver não é condizente com o século XXI!
Quando esse país foi descoberto, na Europa queimavam-se pessoas vivas por terem crenças diferentes, torturavam-nas até que se arrependessem de quem eram, das crenças que tinham e dos seus costumes. “Uma vez um grande homem que morreu nas mãos de violentos disse: Nós não somos o que gostaríamos de ser, nós não somos o que ainda iremos ser, Mas, graças a Deus, não somos mais quem nós éramos.” (Martin Luther King).
Minha pergunta é: Será que mudamos tanto assim? Será que deixamos de ser quem éramos?
Os ditos desenvolvidos que tanto aplaudimos, países como, EUA, Inglaterra, França e até a Rússia, estão querendo aumentar as sanções ao Irã, mesmo depois de um acordo assinado, onde este se comprometeu em não enriquecer mais urânio em seu território.
O argumento que estão usando é de que o Irã não é um país confiável. Outra pergunta vem à tona: Porque não são confiáveis? Meus amigos a resposta é uma só, não são confiáveis porque são árabes.
Lembram de Hitler?
É muito parecido meus caros!
Pergunta: Porque esses homens estão em campos de concentração?
Resposta: Por que não são confiáveis!
Pergunta?
Porque não são confiáveis?
Resposta: Porque são judeus!
É exatamente a mesma “silogia”, ou melhor, o mesmo sofisma.
Ninguém domina ninguém que esteja em pé de igualdade. Para haver dominação é necessário que o dominador seja melhor do que dominado, o dominado tem que ser sempre o vilão, o bandido.
Esse mesmo tipo de raciocínio se aplica à questão da criminalização de certos indivíduos em nosso país, vejam: Se prende-se um membro da burguesia com entorpecentes, com drogas, em um bairro nobre, ele é dependente, as drogas eram para uso pessoal: mas se aprende-se drogas com um negro, pobre, em uma comunidade do Rio de Janeiro, por exemplo, com a mesma quantidade de drogas, este é traficante! Ou estou enganado?
Para que possamos dominar temos rebaixar moralmente o dominado, para que nós em nossos apartamentos possamos conviver com a miséria que nos cerca, para continuarmos mantendo essa posição de domínio cultural, econômico, faz-se necessário que o dominado seja bandido, perigoso, terrorista ou não confiável.
Essas são as sinapses, são as trocas energéticas da rede do poder, o que Foucault chamava de micro- física do poder.
Essa mesma análise microscópica pode ser feita a nível macroscópico, por exemplo: Porque o acordo do Brasil com o Irã não é confiável? Ora! Trata-se de um acordo feito entre um país sul-americano, um emergente, em desenvolvimento, ou seja, um ex pobre, com um país árabe de maioria muçulmana.
Seguindo a lógica de pensamento que formulei, nem muçulmanos nem pobres são confiáveis, ou seja, tanto nos como os Iranianos somos insignificantes aos olhos desses grandes “baluartes da civilização”.
Não passamos de bárbaros, que ameaçamos o poder do grande Império!
Não se enganem, quando os ditos países do primeiro mundo olham para nós vêem nada além de formigas, que se por acaso morde-los, eles simplesmente esmagam embaixo de suas botas militares.
Um médico argentino, que passou sua vida toda acreditando e lutando pela melhoria da vida das pessoas da América latina, muitas vezes chamado de terrorista, uma vez disse: “Os grandes só parecem grandes porque estamos ajoelhados.” (Che Guevara).
Sabem o que fizeram a ele? O mataram, e cortaram suas mãos e o homem que ordenou tal coisa disse: “Por anos guardei as mãos de Che Guevara debaixo de minha cama, em um grande pote de vidro.(…)" (Coronel Quiroga).
Isso é que é ser civilizado? É isso é que é ser grande?
Lembrem-se do caso da Guerra do Iraque, os americanos invadiram esse país, contra a resolução das Nações Unidas, a titulo de procurara armas químicas, que nunca foram achadas, as mesmas armas que os americanos tinham dado a eles, quando eles eram mais confiáveis!
Esses são os grandes civilizados, são os mesmos que dizem que este acordo com o Irã de nada vale; os mesmos que orquestraram a captura e morte de Che Guevara.
Estes são os grandes? Meus queridos, só os vemos grandes porque ainda estamos ajoelhados!
É hora de levantarmos e olharmos esses dominadores de igual para igual.
Podemos não ter a mesma tecnologia, podemos não ter a mesma força militar, nas não somos de modo algum moralmente inferiores a ninguém.
Nosso presidente, muito sabiamente disse: “com truculência não se resolve nem problemas familiares, quanto mais problemas internacionais”. A diplomacia sempre foi a chave, mas a chave de quem não quer usurpar ninguém e que respeita a soberania dos outros.
E para aqueles que ainda temem qualquer tipo de represália dos EUA ao Brasil por conta desse acordo com os iranianos, termino meu texto com fazes do doutor Guevara.

“Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira.”

“Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros.”

“Che Guevara”

Texto: Alexandre Veras da Luz

3 comentários:

  1. É companheiro!!
    Matou a pau com essa postagem... Os brasileiros de certa forma se sentem inferiores, apesar de estarmos crescendo muito, economicamente, ainda não aprendemos a pensarmos e olharmos o mundo de cabeça erguida, nosso povo é sofrido, históricamente. Tivemos nossos indios praticamente disimados pelos europeus, um país que foi civilizado, por negros sofridamente escravos, europeus em sua maioria gananciosos, padres que queriam apenas defender os propósitos da igreja, tivemos uma ditadura, um presidente mega corrupto(que nos deu um baita desfalque economico)etc, etc...
    Daí se travamos uma batalha com um monstro como os EUA, tememos, por nossa paz nacional. Então baixamos as cabeças e preferimos estar aliados aos verdadeiros inimigos! É correto? Não, não é. Mas com toques de civilidade, um dia chegaremos lá!
    Abraço!

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  2. Acho piada as pessoas com este tipo de comentario da rosangela a falar como se os Brasileiros fossem todos ou até quase todos originarios do proprio país ou seja dos indios, quando na verdade ou são de famílias portuguesas, africanas, italianas...etc....por isso isso que a Rosangela diz é típico de gente burra que não pensa

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  3. Ai, meus sais! Eu nem ia moderar seu comentário por ter me chamado de burra. Mas enfim cada um tem direito de pensar, mesmo que seja de forma estúpida. Está ai sua opinião. Te edificou em algo? Espero! Bjks!!

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