domingo, maio 16, 2010

Será que a liberdade na internet e real ou virtual?




A questão da liberdade vem sendo discutida desde a revolução francesa, era uma dos lemas desta revolução, junto com a igualdade e a fraternidade. Hoje, na hera digital, é comemorada e celebrada por muitos como a “incrível liberdade de expressão”, que o advento da internet nos propiciou. Teoricamente temos a possibilidade de trocar informações, vídeos, textos, cultura, de maneira livre e democrática, sem a influencia de forças externas.
Mas será que isso é verdade absoluta? Será que por traz dessa aparência de liberdade e igualdade digital, não existe algum controle social? Será que realmente rompemos os grilhões que nos vinculavam ao aparelho ideológico do sistema vigente? Será que podemos enterrar, e jogar uma pá de cal nas teorias de pensadores de esquerda, que pregavam a força do controle das massas como ferramenta do capitalismo?
Para que possamos prosseguir no assunto, creio ser importante esclarecer o que seria indústria cultural: O termo foi empregado pela primeira vez em 1947, quando da publicação da Dialética do Iluminismo, de Horkheimer e Adorno. Este último, numa série de conferências radiofônicas, pronunciadas em 1962, explicou que a expressão “indústria cultural” visa a substituir “cultura de massa”, pois esta induz ao engodo que satisfaz os interesses dos detentores dos veículos de comunicação de massa.
Vocês devem estar perguntando: Como pode se falar em indústria cultural no caso da internet, se esta não é controlada pelo Estado, nem tão pouco, seus canais não são concessões do Estado?
Para tanto devo recorrer a outro pensador: O jurista Felix Oppenheim , nos fala muito apropriadamente das formas de controle social, dividindo esta em duas classes: a influencia ( modo de controle que determina a ação do outro incidindo sobre sua escolha) e o poder ( modo de controle que determina o comportamento do outro pondo-o na impossibilidade de agir diferente).
Para Oppenheim as formas de influencia seriam: a dissuasão, o desencoraja mento e condicionamento; e as formas de poder seriam: a violência física, o impedimento legal e a ameaça de sanções graves.
Ainda não existe aparelhagens para que o poder, propriamente dito, possa incidir sobre a internet, se existem ainda são incipientes; mas influencia esta instalada fortemente no mundo virtual, impingindo-nos escolhas e nos guiando ao sustentáculo do neoliberalismo, que é o consumo desenfreado.
Quantas vezes não somos dissuadidos de ler uma boa matéria, de admirar uma poesia ou ouvir a música que gostamos, por um barner ou pop up, que fica pisando e nos chamando ao consumo? Quantas vezes somos desencorajados a procurar matérias mais profundas por uma foto sensual ou por um produto que propõe milagres? E quanto nossa educação exígua e nossa falta de cultura nos condicionam a procuramos somente banalidades de fácil digestão?
Ai esta meus amigos, como podemos fazer a conexão entre: a internet e indústria cultural de Adorno e Horkheimer.
A tão propalada liberdade é tão virtual quanto o mundo virtual da internet, dizem que somos livres, mas há todo um sistema, educacional e cultural, imposto de maneira ideológica, que escolhe por nos.
Se alguém escolhe em nosso lugar, não somos livres e continuamos acorrentas ao interesse alheio.
Então quando forem aplaudir o que o “admirável mundo novo” da internet nos deu, pensem duas vezes!

Um comentário:

  1. Não há nenhuma espécie de anúncio no meu blog para distrair os meus leitores. Sabe o que acontece, tenho poucas visitas.

    Acho que eles gostam dos anúncios.

    Beijocas

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